Não tenho dormido bem ultimamente... Sem me acostumar com o ritmo... Ou o “arritmo” como melhor poderia descrever... Mas tenho de exercitar minha paciência como disse outro dia a uma amiga. Tudo que já fiz na minha vida foi a meu tempo... intempestivo! Agora tento seguir o tempo do outro... e talvez tenha melhor tempo...
Agora um soneto que me custou diiiias. Escrito num momento difícil. Mas que pretende expressar o ritmo... o som... a batida perfeita! Que foi escrito a alguém, mas que hoje tem outro significado. Bom fim-de-semana!!
Soneto ao Tímbalo
(a F.G.)
Não como bilros a tecer rendas de apojaturas,
Mas, antes, como se tocasse com par de batutas,
Como se regesse esses rudimentos reversos,
Como se a eles submetido estivesse o universo.
Faz-me recordar o filho de Vênus de arco e de asas,
Que de suas setas não se escapa aos golpes tão céleres,
Se bem que setas e asas são em demasiado aladas
Para aquele que se encanta com seus seguros nácares...
Com sua sensatez da Bétula, e percepção epicura
Como critério único da verdade do mundo,
As tarolas calam ao tímbalo grave e profundo,
Num movimento percutido pela noite escura
Feito onda crusada, anacrusada, sincopada:
O arrebatamento das águas verte fogo em nada.
(Laura Santos 17/07/2008)
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